sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

AMO - Te ~ parte 5

A valsa ecoava pelo grande salão, e nós dançavamos no meio de muitos outros casais. Ficamos assim um bom tempo. As músicas passavam e nós nem percebíamos. Fomos lá para fora, o vento veio forte, nossos cabelos dançaram, assim como fazíamos minutos antes, fomos até o balanço. Avançamos para a floresta. Meu vestido rasgava, e Adam já estava sem a gravata. Andávamos felizes, até que o céu começou a escurecer, grandes pingos de chuva começaram a cair, ouvíamos a valsa ao longe. Avançamos um pouco mais, chegamos a uma grande campina e recomeçamos a dançar, mas dessa vez em baixo da grossa chuva que caía. As estrelas já não estavam mais visívei, e estávamos sozinhos, apenas nós e a suave música que tocava londe dali. Até que ele foi sumindo e sumindo, até não restar nada, e eu fiquei sozinha ali, no meio do nada, sem saber para onde ir. A valsa já não tocava mais, trovões agitavam o céu que já não tinha mais estrelas, a chuva só engrossava e eu não sabia para onde ir. Fiquei ali mesmo, esperando você voltar, porque eu sabia que não me deixaria sozinha assim, sabia que você retornaria e não deixaria a noite antes perfeita acabar desse jeito. Ele apareceu perto de uma árvore ali na pequena campina em que eu me encontrava, sem pensar fui atrás. Você sumiu e apareceu mais distante, fui atrás novamente. O mesmo se repetiu muitas vezes, eu apenas te seguia como se nada mais importasse. Até que cheguei a conhecida rua onde se encontrava à minha casa, você estendeu a mão para mim sorrindo e sumiu de novo. Não me movi esperando você aparecer novamente, mas nada aconteceu, então ajoelhei ali mesmo e comecei a chorar.
- Samanta, acorda, você vai chegar atrasada! - alguém berrou da escada e eu dei um pulo da cama! Respirei fundo e levantei, mas dessa vez sem me olhar no espelho logo de cara. Esse sonho vinha me atormentando há duas semanas, e eu realmente desejava nunca te-lo tido. Coloquei o uniforme e desci. Hoje ia ser o último dia de aula, as férias logo chegariam junto com o verão e eu ainda não sabia o que ia fazer para ocupar o meu tempo. Minha irmã ia viajar com as amigas, Harry ia ter vários jogos fora da cidade, meus pais ficariam fora uns dias e eu ainda não sabia o que fazer. Tentaria fazer planos hoje com a Annie.
- Mãe, estou saindo. Tchau gente!
- Mas você não comeu nada! - minha mãe falou.
- Não estou com fome. Fui! - e sai antes de alguém falar mais alguma coisa. Achei que a ida até a escola foi mais rápida do que o normal. Logo vi os longos cabelos ruivos da Annie vindo em minha direção e exclamei:
- Ann!!
- Sam! Que bom te ver!
- Também é muito bom te ver! Sabe, eu estava pensando, o que nós vamos fazer nessas férias?
- Era justamente sobre isso que eu ia falar com você! - ela disse abrindo um largo sorriso - Eu vou ir para a casa da minha avó, e estava pensando se você não ia querer ir comigo! Quer ir ? - seus grandes olhos verdes brilhavam - Vamos vai ser divertido!
Eu abri um sorriso igualmente grande e disse :
- Claro Ann, com certeza! Eu vou falar com os meus pais hoje e te ligo!
- Òtimo!! Mas o que nós vamos fazer hoje?
- Hoje? - eu olhei chocada para ela - Porque temos que fazer alguma coisa hoje?
- Acorda Sam, último dia de aula!
- Aah é! Eu não sei, o que você estava pensando em fazer?
Fomos andando até os armários, e lá como sempre encontramos com o Alex:
- Oi meninas! - ele disse sorrindo - Ùltimo dia de aula em!? Finalmente! O que vão fazer hoje?
- Ainda não sabemos. - eu disse - Estávamos pensando em uma ida até a sorveteria depois da aula...
- Não querem ir ao show hoje? - o Alex disse.
- Que show? - Annie perguntou.
- Como vocês não estão sabendo?! Vai ter um show hoje à noite dos BLack Shoes! Vai ser ótimo! Não querem ir? Eu tenho quatro ingressos, podemos chamar mais alguém!
- Òtimo! - eu falei.
- Perfeito! - Annie disse em seguida - Minha mãe disse que eu poderia planejar qualquer coisa para hoje! Eu vou!
- Vou falar com a minha mãe, mas acho que ela deixa sim!
- O.K. o show começa as 21:00, que horas eu pego vocês? - o Alex perguntou.
- Não sabia que você dirigia! - a Annie falou.
Alex riu e disse:
- Já faz um tempinho!
- Sei, sei. - eu disse rindo - Acho que às 20:50 está bom, pega agente lá em casa!
- Tá bom então! Até mais tarde meninas! - ele falou fechando o ármario e indo encontrar com os amigos.
- Acho que já arrumamos alguma coisa para hoje então! Você parece mais feliz hoje!
- É, também estou achando! Provavelmente porque é o último dia de aula e nós duas teremos dois meses inteiros para curtir juntas! - falei sorrindo.
- Ah, entendi! Eu estava pensando em chamar o Alex para ir para a casa da minha avó também... O que você acha?
- Que é uma boa ideia! Vai ser bem legal!
- Vou falar com ele hoje à noite então!
- Fala sim!
A aula passou rápido, e saí junto com a Ann da aula de matemática e fomos direto para a sorveteria, pegamos os sorvetes e sentamos em uma mesa próxima lá dentro mesmo. Acabei contando o sonho que tanto me atormentava para a Annie.
- Sam, por mais difícil que seja... - ela hesitou - Eu acho que você devia terminar com ele.
- Acha mesmo?
- Acho. Ele fez isso por algum motivo que ninguém sabe...
- O Alex sabe.
- Sabe?
- Sim, mas ele não quis me dizer. Bom... Na verdade, ele só disse que sabia onde o Adam estava, eu não sei se ele sabe o motivo.
- Hum... Sinceramente, eu acho que ele não sabe o motivo - Annie falou dando entonação em "motivo".
- Mas eu vou fazer isso mesmo. Por mais difícil que seja eu vou fazer. Afinal, duas semanas já se passaram e ele não me ligou, e... É, acho que o Alex teria me contado o motivo de ele soubesse - dessa vez eu tinha conseguido segurar as minhas lágrimas.
- É, também acho. Bom, qualquer coisa você sabe que eu estarei aqui.
- Claro Ann, obrigada.
Acabamos o sorvete e fomos cada uma para um lado. Já eram quase cinco horas e eu ainda teria que me arrumar antes da Ann chegar. Falei com a minha mãe logo que cheguei em casa e ela me deixou ir - como eu havia previsto - . Ainda consegui arrumar um tempinho para ler antes de me arrumar. Quando o relógio marcou 19:50 fui escolher a minha roupa - se eu fosse depois me atrasaria - e optei por um short jeans e uma regata verde básica. Annie era uma menina muito pontual, então tomei banho rápido, arrumei o meu cabelo, voltei a me afundar no livro e a campainha tocou.
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Feliz ano novo gente ! Tudo de bom :D
beijooos !

sábado, 19 de dezembro de 2009

AMO-Te ~ Parte 4

Sim, era ele:
- Alô. - eu disse sem a menor animação - Como vai?
- Oi Sam, eu estou bem. É só pra dizer que eu não vou poder cumprir a minha promessa. Não vou poder te ligar todos os dias.
- E porque não ?
Já era tarde, ele tinha desligado o telefone. Fui andando até a pracinha que ficava logo em frente , e sentei no balanço de madeira, e balancei deixando que o vendo batesse em meu rosto. Meus olhos se encheram de lágrimas como no dia anterior, e por mais que eu lutasse contra elas, as mesmas conseguiam escapar. Não me importei com o horário, chegaria atrasada na aula:
- Com licença, - eu disse entreabrindo a porta. Droga, era aula de matemática, como eu podia ter esquecido? - posso entrar?
Todos olharam para mim, é óbvio, e a professora baixa e ligeiramente gordinha de cabelos brancos - mas arrumados em um capricado coque - e óculos na ponta do nariz empinado disse arrumando o blazer castanho avermelhado:
- Porque a senhorita está atrasada?
- Eu... Eu perdi a hora, me desculpe.
Ela olhou o relógio e disse:
- Entre e sente-se sem fazer barulho por favor!
- O.K. obrigada! - e fui para para meu conhecido lugar praticamente no fundo da sala, e atrás da Annie. Ela susurrou para mim:
- Onde você estava?
- O Adam ligou, e disse que não ia poder me ligar todos os dias. Eu fui para aquela praça ali perto de casa sabe?! E acabei sentando no balanço e perdi a hora.
- O Adam ligou e disse que não ia poder ligar todos os dias ? - ela disse abismada - Como pode!? Realmente... Que namorado que você foi arranjar!
- É... Que namorado! - eu respondi suspirando, abrindo o meu livro e voltando a minha atenção à professora.
No fim daquela aula entediante de matemática eu já estava quase dormindo, e dei um pulo quando o sinal tocou. Annie foi comigo até os armários, e lá encontramos o Alex:
- Oi Alex! - exclamou Annie sorrindo.
- Oi meninas! - ele falou retribuindo o sorriso.
- Oi. - falei forçando um sorriso, que deve ter saído horrível, porque o Alex perguntou:
- Sam, você está bem?
Eu fiquei irritada, ele sabia do que estava acontecendo e ainda me perguntava isso:
- A claro! - eu disse - Estou tão feliz que sairia pulando pelo corredor dizendo que hoje é o melhor dia da minha vida! - eu disse sarcasticamente mas falando um pouco mais alto do que de costume.
- Aah, me desculpe. Eu esqueci do que está acontecendo.
Olhei bem nos olhos dele e disse levantando a sombrancelha:
- Que bom que você conseguiu lembrar agora! Tchau gente, tenho aula de ciências agora e não estou a fim de chegar atrasada em mais uma. - bati a porta do armário e saí andando. E durante o meu trajeto longo de armário até aula de ciências, comecei a ficar com pena de mim mesma, eu estava desperdiçando dias da minha vida por causa de um menino. Não podia mais ficar chorando por causa dele, afinal, eu nem sabia se ele ia voltar ou não! E acabei vendo o quanto eu tinha sido grossa com o Alex, tudo aquilo não era culpa dele, então quando a aula de ciências acabou fui correndo atrás do Alex:
- Alex !! - eu disse quase gritando.
- Ah, oi Sam.
- Aah, Alex, me desculpe por ter sido grossa com você mais cedo! É que o Adam ligou e disse que não ia mais me ligar todos os dias... - já era, minhas lágrimas começaram a rolar de novo...
- Sam... Não fica assim! - ele disse me abraçando. Era justamente o que eu precisava.
À noite, eu me refugiava nos livros, onde eu me afundava na história e voltava para a realidade com muito esforço. O meu irmão, Harry, de nada ajudava:
- Samanta! Larga esse livro chato e vem jantar! - ele berrava lá de baixo.
- Já estou indo - eu gritava irritada do meu quarto, marcava o meu livro e descia - Que tal você parar de berrar e ir lá em cima me chamar?
- Eu tenho medo de zumbis!
- Cala a boca! Porque você nem sabe o que acontece comigo! - eu gritei, minha paciência com ele já estava no limite. Ter um irmão mais velho como ele não ajudava em nada. E a minha irmã nunca estava em casa, bom, eu não tinha grande intimidade com ela, então também não ia adiantar nada. Eu era a mais nova dos três e teria que aguentar isso pelo resto da minha vida.
Harry me olhou bem e disse:
- Você bem que poderia ter senso de humor!
- Me desculpe, mas o meu estoque acabou, e adoraria que você parasse de me chamar assim!
- O. k., os dois! Já chega, sentem logo para jantar! - meu pai falou do sofá onde ele estava lendo o jornal - E Harry, acho que você também podia acabar com o seu estoque de apelidos para a sua irmã. - ele disse sério.
- Ah, que pena, eu tinha muitos outros em mente.
- Mas não vai usar. - meu pai falou colocando um ponto final na conversa.
Quando acabei, voltei para o andar de cima, tomei banho e tornei a ler o meu livro pensando: eu não posso mais ficar assim. E fui dormir desejando estar entre os seus braços de novo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

AMO-Te ~ Parte 3


- Alex - alguém gritou não muito distante, que pelo jeito se aproximava ainda mais - O que vocêainda ta fazendo aqui?

- Júlia ? - ele deu um pulo - Aah, desculpa eu já estou indo!

- A nossa conversa ainda não acabou! - eu disse emburrada.

- Ah, hum... O.K. ...

- Samanta, quanto tempo!

- Oi Júlia, como vai?

- Ótima, e você?

- Indo...

- Jú, vamos. Desse jeito agente se atrasa! Até mais Sam...

- Até...

Fui caminhando de vagar para a aula de ciências, afinal, nenhuma lágrima ia mudar o que estava acontecendo. Eu apenas pioraria as coisas ao ficar inssistindo nesse assunto com os outros e principalemnete comigo mesma, afinal, ele disse que daria notícias e que estava bem.

A aula de ciências andou muito devagar, a professora só falava, o que dava aos meus pensamentos uma brexa para chegar até o Adam, e pensar no que ele estaria fazendo agora e como seriam os meus dias sem ele aqui.O resto das aulas ocorreram normalmente, apesar da falta que eu sentia.

Decidi ir andando para casa, de ônibus eu ia chegar muito rápido, e não estava a fim de ficar sem fazer nada. Andei durante, pelo menos, meia hora, vendo grandes ônibus escolares amarelos nas ruas, criancinhas brincando no parque, cachorrinhos correndo.

Cheguei em casa e , por sorte, não tinha ninguém. Subi a escada e fui direto para o meu quarto, coloquei minhas coisas em cima da cama, virei, e lá estava a minha imagem refletida no espelho. Fiquei ali me encarando... Notei que o meu cabelo ondulado tinha crescido bastante, já chegava no meio das minhas costas, minhas olheiras já estavam ficando profundas o suficiente para eu parecer um defunto ambulante.

Decidi ir dormir mais cedo naquele dia, o seguinte seria muito corrido e era uma oportunidade para diminuir as minhas olheiras.

Sonhei que eu estava sozinha, no parque, levando pelo menos 12 balões coloridos por um gramado grande e bem verde, e ali, em baixo de uma árvore parado estava ele, Adam, sorrindo para mim, como sempre sorria, antes de ir embora, e atrás dele estava um lago imenso e azul, nunca tinha visto nada tão bonito antes. Corri em sua direção, mas ele foi virando fumaça, e quando cheguei lá não tinha mais nada, ele tinha sumido. Soltei os balões que saíram voando, fiquei observando o céu até eles sumirem e sentei em baixo da grande árvore, o céu começou a escurecer, trovões começaram a cair, e eu fiquei ali chorando, sem medo de "receber" um raio na minha cabeça, eu morreria ali. Meu vestido, antes branco, já estava marrom de barro, e mais e mais trovões caíam do céu já negro. Ouvi alguém me chamando, não era possível, era ele de novo. Encarei aquela figura alta, de cabelos louros esvoaçando ao forte vendo, aqueles olhos castanhos que eu bem conhecia me encaravam e um grande sorriso nascia em seus lábios. Levantei na mesma hora, corri e finalmente cheguei aos seus fortes braços. Fiquei ali, me sentindo imune a tudo, até os passarinhos voltarem a cantar. Mas em um piscar de olhos tudo isso já tinha cabado... Eu levantei e lá estava ele, o maldito espelho com o qual eu me refletia e via quela figura sem graça. Não fiquei pensando muito nisso, coloquei o uniforme, arrumei meu cabelo colocando a típica e simples tiara vermelha. Peguei meu material e o meu celular, desci as escadas. Minha mãe e meu irmão já estavam na cozinha...

- Cade a Sara? - perguntei

- Já está se arrumando - minha mãe respondeu sorrindo - dormiu bem?

- Ah, sim! - eu disse sorrindo

- Nossa, você ta parecendo um zumbi - meu irmão exclamou, bom... Me irritar, infelizmente, era o hobbie preferido dele...
- Bom dia! - minha irmã vinha descendo.
- Bom dia - respondemos.
- Papai já saiu? - ela perguntou
- Já, faz tempo! - minha mãe respondeu.
Minha irmã era do tipo que todo mundo gostava: alta - nem tanto - , magra, loira, e bonita, mas pelo menos não era das que desejava que todas olhassem pra ela. Já o meu irmão.... Bem, meu irmão vivia na diretoria, podia ganhar um prêmio por isso. Mas apesar de suas quase diárias visitas aquele lugar, ainda não tinha perdido a vaga no time de futebol da escola.
Meus pais eram, vamos dizer assim, normais. Nem muito liberais, nem muito protetores.
- Gente, já vou indo! Tchau ! - eu disse para todos e sai. Quase no meio do caminho o meu celular tocou.




PS. Não consegui arrumar as linhas --'

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

AMO - Te ~ Parte 2

Eu fiquei pelo menos 5 minutos encarando o vácuo no meio da multidão. Até que vejo um menino alto, cabelo castanho com cachos largos, aqueles olhos profundos... Meu Deus, como eu não pensei nele antes...
- Alex !! - exclamei.
- Samanta!! Quanto tempo! Você sumiu nessas férias!
- Hum... é, andei meio sumida mesmo. Viajando com os pais sabe?!
- Entendo - ele disse sorrindo - Mas foram boas pelo menos?
- Foram sim... Am... Alex, você sabe pra onde é que o Adam foi?
Ele arregalou os olhos e disse:
- O Adam? Bom... eer.... Na verdade eu sei sim.
- E porque você não veio me falar antes? - eu falei começando a ficar nervosa.
- Desculpa! É que ele pediu pra não falar pra niguém mesmo! E se ele não te contou, não é pra você saber não é ?!
- Ele é o meu namorado - falei dando entonação no "meu" - também tenho direito de saber das coisas! - meus olhos começaram a lacrimejar de novo...
- Ah Sam, desculpa, eu não posso falar!
Eu comecei a ficar com uma raiva infernal, me controlava o máximo possível para não bater nele e felizmente, consegui me controlar bem, respirei fundo e disse com uma lágrima pririgando cair: - Alex, eu estou preocupada, me conta por favor o que está acontecendo.